ECAV – Escola de Condução Armando Vítor
60 anos
1962 foi um ano marcante. Em Lisboa, iniciava-se a construção da Ponte 25 de Abril. O Sporting tornava-se campeão nacional de futebol e o Brasil campeão mundial. De fora, chegava-nos a música de Elvis Presley, Bob Dylan e The Beatles e Hollywood chorava a morte de Marilyn Monroe. Por cá, a televisão era a preto e branco e as escolas de condução eram obrigadas a ter materiais em sala de aula como sinais de trânsito em tamanho real, semáforos e um chassis completo. Foi também nesse ano que nasceu a primeira escola de condução em Oeiras, a Escola de Condução Armando Vítor.
Armando Vítor nasceu no Norte do país, em Midões. Chegou a abrir uma escola de condução, com um irmão, na cidade de Oliveira do Hospital, mas por volta dos vinte e poucos anos, decidiu arriscar e vir viver para Lisboa, com o objetivo de continuar a trabalhar na mesma área. Ao conhecer Oeiras, encantou-se pela zona e, de forma visionária, agarrou a oportunidade de realizar aqui um sonho antigo, o de abrir um negócio próprio. E assim foi. A 5 de Fevereiro de 1962, abria portas a Escola de Condução Armando Vítor.
No início dos anos 60, a zona de Oeiras era bastante diferente do que é hoje, muito rural, com várias quintas espalhadas por quilómetros e muito terreno descampado. Hoje, a área onde se encontra a escola é muito central, mas na altura ficava mais afastada do centro da vila, daí ter ficado conhecida como o bairro de Nova Oeiras, que se desenvolveu em torno da Alameda Conde de Oeiras. Foi aqui que a ECAV teve a sua primeira morada, mais precisamente na Torre D da Alameda. Ao perceber o potencial da localização, Armando Vítor decidiu mudar a atividade da escola para um espaço maior, onde está até hoje.
De Fevereiro a Dezembro de 1962, registámos 86 alunos. Numa fase inicial, não existia um grande volume de inscrições, mas a ECAV acabou por ir crescendo, porque durante vários anos não havia outras escolas de condução por perto. O nosso raio de ação ia buscar pessoas das várias zonas do Concelho de Oeiras e dos concelhos circundantes.
Na década de 70, o Exame Teórico passa a ser escrito. Na prova teórica são feitas 15 questões sobre regras e 10 questões sobre sinais. Na prova técnica, para condutores profissionais, são feitas 15 questões sobre mecânica. Até então, estavam definidas as regras impostas em 1954, em que o Exame consistia de uma prova oral teórica sobre as regras e sinais de trânsito, e uma prova técnica para condutores profissionais.
Na década de 80 são atribuídas letras às categorias de ensino: A (Motociclos), B (Ligeiros), C (Pesados de Mercadorias), D (Pesados de Passageiros), E (Reboques e Semi-Reboques), F (Tratores Agrícolas). É, nesta época, que se extingue a designação de “serviço público” para dar lugar a “pesado de passageiros”.
Em 1975 é constituída a ANIECA – Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel.
No início, a ECAV começou a ministrar aulas práticas de condução em Carochas. Seguiram-se os carros a gasóleo, como o Peugeot 404. Depois, vieram os Fiat Uno e a seguir a fase dos Opel Corsa. De há uns anos a esta parte, trabalhamos com Fiat Punto.
Em 1980, através do Despacho Normativo nº 274/80 de 20 de Agosto, abre-se a possibilidade da utilização de veículos de instrução adquiridos com redução de imposto. Estes veículos só poderiam ser utilizados no serviço de instrução e a para a realização de exames e estavam identificados pelas cores: base branca com tejadilho castanho.
Em 1982, através do Decreto-Lei 6/82 de 12 de Janeiro, passa a ser facultativo o uso de duplo volante, e é abolida a placa “INSTRUÇÃO”, utilizada à frente e à retaguarda do veículo, desde que tinha sido imposta em 1954, e passa a ser usada a chapa com a letra “L”.
Em 1983 são introduzidos os quadros magnéticos nas aulas teóricas, tal como existe na sala de aulas da ECAV, em substituição das mesas de trânsito. É neste ano também que se prevê a utilização de simuladores nas escolas de condução. Com uma constante aposta em inovação a nível de ensino, a ECAV adquire um em 2001.
Em 1993 é definido o número mínimo e o máximo de lições teóricas. Para ligeiros, 25 e 35 respetivamente. O número de lições práticas foi estabelecido, nesta data, em 25. Hoje, o número de lições de teóricas é 28, e práticas é 32.
Em 1995 o Exame Teórico passa a ser gerado por computador, de forma aleatória, com 25 questões sobre regras e sinais de trânsito e 5 questões eliminatórias. A prova técnica conta com 15 questões sobre mecânica.
Uma empresa conseguir chegar aos 60 anos de portas abertas e em pleno funcionamento é um marco importantíssimo. Para mantermos um negócio a funcionar, em pleno, durante seis décadas, é preciso muita dedicação, resiliência e capacidade de passar por cima de dificuldades e períodos menos bons como.
Esta é uma casa com história. São muitas décadas a conquistar novos clientes e dá-nos um orgulho imenso saber que acompanhámos várias gerações de alunos. Há famílias inteiras que tiraram a carta de condução na ECAV, desde os avós aos netos. É quase uma herança familiar. Até porque a própria ECAV é uma empresa familiar, neste momento na segunda geração. Somos filhos de Oeiras, sempre estivemos no mesmo sítio, e é de forma emotiva que reconhecemos a importância que tivemos e temos na comunidade ao longo dos anos.
São 60 anos de experiência e know-how, aliados a uma constante inovação e, por isso, temos os olhos postos no futuro para continuar a proporcionar um ensino de qualidade, que forme condutores responsáveis, conscientes e seguros.
Com a tradição e sabedoria destas seis décadas, estamos mais fortes que nunca, e com muita vontade de fazer acontecer tudo o que está por vir, seguindo o mote que nos acompanhará em 2022: 60 anos, em movimento.
Fonte de informação sobre a evolução das escolas de condução em Portugal: ANIECA.